Samstag, 17. Mai 2008

O policial mais malcriado de toda minha vida

Aeroporto Salgado Filho Porto Alegre sexta feira 9 de maio de 2008; chegada com vôo da GOL 7489 de Montevideu pelas 18.30 horas.

Uma fila enorme de passageiros estrangeiros que esperam ser atendidos pelo funcionário da polícia atendendo atrás do balcão de controle de passaporte; funcionário que de maneira autoritária manda os passageiros para que respeitassem a distância prevista entre o balcão de despacho e a fila indiana formada pelos visitantes da capital gaúcha.

A cena me lembra do comportamento de um policial pouco gentil que encontrei há 20 anos no aeroporto da ilha Trinidad y Tobaco, onde na sala de despacho havia uma linha marcada ainda nos tempos de colonia, e uma placa onde se exigia: „Do not step beyond this line“, atitude com que os ingleses tentaram de disciplinar seus „local people“ - atitude grosseira colonialista.

O funcionário que no dia 9 de maio atuava no Salgado Filho - aliás aeroporto onde eu havia chegado pela primeira vez no início do mês de novembro do ano de 1952, recebido por policiais muito gentis e atenciosos junto a um alemão ainda moço - enquanto aquele policial inculto atrás do balcão naquele dia, sexta feira 9 de maio de 2008, me tratou de maneira tão rude como em 55 anos de viajar por todo mundo nunca fui tratado, nem pelos policiais de Salazar no aeroporto de Beira, nem pelos policiais comunistas em Maputo, Moçambique, que me trataram de maneira bem civilizada.

Vivia neste Estado do Rio Grande do Sul durante 15 anos e depois de ter voltado à Alemanha entrei umas trinta vezes neste país onde nasceram meus filhos e netas. Entrei para contribuir à formacao de professores universitários brasileiros, por meio de bolsas de estudo outorgadas para projetos de pòs–graduação sendo realizadas p. e. na Franca, na Inglaterra ou na própria Alemanha, para dar uma mão à esta nação na dura tarefa de desenvolver os departamentos de Soziologia na UFRGS em Porto Alegre e de História na UFP no Recife, entre outras. E acontece wue salvei umas dúzias de estudantes e jovens professores universitários brasileiros das garras da ditadura, e por isso fui homenageado pelo Governo Federal no Itamaraty há poucas semanas, e pelo Governo de Sao Paulo no palácio dos Bandeirantes no ano pasado, recebendo a ordem do Rio Branco pelo Presidente da República e a ordem de Ipirangas pelo Governador do Estado. Durante 55 anos que lido com este país sempre fui tratado com cordialidade. Lembro-me do policial no aeroporto do Recife - cidade onde gozei da amizade de Miguel Arraes, Dom Hélder, Gilberto Freire, Marcos Freire e outros estatistas de nome - lembro-me que há uns 5 anos atrás o chefe do posto de controle dos passaportes me perguntrou: „O senhor é residente?“ Respondi que fui residente nos tempos de Getúlio. Espontaneamente ele respondia: „Então o senhor é mais brasileiro que eu!“ Sentia-me em casa.

Esta vez, porém, apenas 10 dias depois de ter recebido um cordial abraco do Senhor Presidente da Repúblic a em Brasília, ao re-entrar no Brasil via Montevideu depois de ter visitado entidades de Direitos Humanos em Paraguay, Argentina e Uruguay, fui profundamente chocado pela rudez incrível do policial mais malcriado durante toda minha vida e em todo mundo, infelizmente policial gaúcho, funcionário naquele Estado onde há centenas de pessoas queridas por toda minha família desde que com a minha esposa entrei nos tempos de Getúlio Vargas. Fiquei apavorado.

Acontece que durante o vôo não havia conseguido de preencher dois itens no formulário que normalmente fornecem durante o vôo, não consguia porque estou sofrndor de macula degenerada, enfermidade dos olhos da qual sofrem alguns idosos como eu, aproximando-me aos 80 anos. Avisei o policial a omissão , chamando atenção de meu estadi de „idoso“ que sofre de um problema da visão, e mencionei que há pouco fui condecorado com a ordem do Rio Branco na presençaa do Presidente do país. Pensei que o funcionário me daria uma mão, identificando os itens que eu não havia conseguido de preencher naquele formulário. Em vez disso o homem gritou que deveria preencher aquele papel até sendo da casa de 90 ou 100 anos, e não havia exepção nem para um alemão e não o interessava a homenagem recebida por Lula ... E que eu procurasse alguem da linha aérea, mas ao mesmo tempo mandou que não me movesse do lugar. Passaram todas as pessoas da fila. O funcionário policial se ausentou sem qualquer palavra, voltou, chegou uma senhora da GOL muito bem educada. Preencheu dois itens que fizeram falta: o número de vôo e o país de residência, itens que não conseguia identificar no formulário nem com meus óculos.

Durante toda a ditadura nunca encontrei policial tão malcriado. Agora aprendi de imaginar qual poderia ser a estrutura psicológica de um daqueles carrascos dos centros de investigação que cheguei a conhecer em Asunção, Buenos Aires e Montevidéu.

Porto Alegre, 16 de maio de 2008

Prof. h. c. Heinz F. Dressel P. em.

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